segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Normal, normal, normal, normal, normal, normal, normal, normal, normal....

Quando que normal passou a ser sinônimo de bom, justo, aceitável?
Normal é o que está dentro da norma. É o padronizado, controlado, fixo.

Somos seres fluidos. Somos 70% água, haja fluidez. Ser normal o tempo todo é uma agonia constante: desprender tempo de energia em tentar controlar o fluxo para deixá-lo dentro das expectativas da norma.

E quem está fiscalizando as normas de cada um?

Eu, você, o vizinho, o colega. Todo mundo tem um conjunto de normas na cabeça que acredita ser a certa, e julga o próximo de acordo com essa lista. Fulano saiu de casa com uma melancia na cabeça, ah, mas isso não é normal... Realmente, não é normal, porque a norma diz que melancias devem ser comidas e não usadas na cabeça. Mas quem dita as normas?

Eu cansei de ser normatizada, normalizada, normal.  Cansei de tentar ser normal, porque sempre tive a consciência de que as normas não serviam pra mim. Pra mim era outro conjunto de coisas que faziam sentido. E esse conjunto mudava de acordo com as circunstâncias também. O que pra mim era o certo e justo em algum momento passou a ser o equivocado em outro; o que parecia errado passou a ser maravilhoso. E assim a gente toca o barco, de acordo com o vento que sopra.

O normal padroniza, agoniza. Mas não significa que eu queira ser anormal - sem normas. Quero ser autêntica, autônoma, e saber normalizar de acordo com o necessário. Normatizar, normalizar, normodificar. Normas são necessárias - normas de segurança, por exemplo. Mas devem ser usadas em construções, em fábricas, em escaladas, não na minha vida, ora bolas. Porque deixei por tanto tempo normalizarem meu caminho? Não vou mais.

O contrário do normal é a loucura? É a liberdade.

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